Em cinco anos, Brasil perdeu 49,3 mil professores concursados

Desde 2015, estados e municípios em todo o Brasil perderam 49,3 mil professores concursados. E mais: eles foram substituídos principalmente por docentes temporários. Os dados, disponibilizados pelos censos escolares do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), foram compilados pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles.

Ainda que a compensação não tenha sido total, de 2015 a 2018, o número de professores temporários por secretarias estadual e municipal teve aumento de 16,5 mil.

“A substituição de professores se dá por dois movimentos. Primeiro porque é mais barato ter o professor temporário do que o professor concursado, é mão de obra barata”, salientou o docente da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em educação Cleyton Gontijo.

A outra razão, segundo o educador, é a substituição de efetivos com problemas de saúde. “Temos visto muitos casos de adoecimentos, aí é contratado um substituto para suprir ausências temporárias, de três meses ou algo assim”, ressaltou. “A situação de instabilidade sobre a permanência do temporário na escola faz com que o vínculo que ele estabelece com a comunidade escolar seja frágil. Com esse vínculo frágil, não desenvolve ações pedagógicas mais duradouras.”


Tendência é ainda mais forte no DF


O Distrito Federal segue a tendência nacional. De acordo com os dados dos censos educacionais, o número de professores concursados passou de 17.111 para 13.830 entre 2015 e 2018 – diminuição de 3.281 docentes. Já o número de temporários subiu de 5.317 para 8.287, alta de 2.970 funcionários.

A Secretaria de Educação do DF contesta esses dados. Segundo a pasta, a quantidade é diferente. De acordo com o órgão, o número de professores concursados era de 27.790 em 2016. Esse número caiu para 25.583 em 2019. Uma diferença de 2.207 docentes.

“Por orientação da Subsecretaria de Gestão de Pessoas, os contratos temporários são informados conforme o número máximo de horas estabelecido para o ano em questão. Isso porque o quantitativo de professores temporários na rede é muito dinâmico, uma vez que esses profissionais são convocados para suprir ausências previstas em lei, podendo variar de um único dia até uma licença maior, de meses”, explicou a pasta, em nota.


“Cabe ressaltar que a quantidade de educadores atualmente supre a demanda pelos profissionais na rede, não havendo falta de docentes. E, novamente, os professores temporários são convocados somente nas vacâncias legais, que incluem afastamentos por saúde, mandatos de direção, licenças, entre outros”, acrescentou o órgão.

Fonte: Metrópoles

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